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O arco cruzeiro faz a separação entre a nave da igreja e a capela-mor, é neste núcleo de transição que o canteiro tomou mais aproveitamento com as suas obras, além do trabalho fundamentado do arco, aliou ao conjunto dois altares laterais encimados por baldaquinos. Posicionando-se no altar esquerdo uma mísula para suportar a imagem do Menino Jesus.
O arco cruzeiro, com sensívelmente 4.5m de altura é ricamente trabalhado, com significados estilísticos interessantes. Os pilares trabalhados entre cordas e flores são encimados por uma cabeça de anjo de cada lado, que delimitam a parte terrena, enquanto o arco faz parte da área espiritual.
Do chão até aos anjos se alteram entre si as flores e as cordas. Depois dos anjos os motivos vegetais aumentam, flores são mais trabalhadas, folhas entrelaçam-se e retrocem-se entre si como se envolvesse todo o fecho do arco. O arco é fechado com vegetação, é o ponto mais alto figurado da nave e sobre o fecho do arco campeia uma vieira como símbolo do batismo e da morte, o princípio e o fim.
Os baldaquinos semi-circulares são definidos por ramagens em sentidos ascendentes e descendentes. Os baldaquinos tem motivos iguais e semelhantes ao do púlpito que acreditam a unidade entre eles.
A mísula de suporte do Menino Jesus recorre aos mesmos elementos utilizados nos baldaquinos e no púlpito. É composto por um conjunto de ramagens que se entrelaçam e formam a base de suporte.
Os altares laterais são mais discretos. Assentam sobre mesa do tipo “ de urna” em pedra, onde se encontra simplesmente esculpida uma cruz. A simplicidade deste conjunto deve-se a estes altares estarem habitualmente tapados com toalhas.
No corpo da nave sobressai do lado esquerdo o púlpito, completamente construído em pedra. Ricamente trabalhado com motivos florais e geométricos, simétricos entre si. A base que sustenta o púlpito é uma alcachofra invertida. Trabalhado com vegetações sobretudo folhas que se retorcem entre si, surge o parapeito que na parte central comporta uma roseta, com um arranjo floral, onde as folhas transmitem movimento, comprimindo ao centro uma flor, este reclínio de movimentos faz com que a própria flor desabroche.
A pia da benção colocada no lado esquerdo da porta de entrada fazia conjunto com outra desaparecida no lado esquerdo da porta lateral.
Semelhante a todas as descrições anteriores, a vieira é suportada por um conjunto de folhagens que se invertem entre si e suportam a pia. Os elementos decorativos desta pia são iguais aos da mísula e do púlpito.
Na capela-mor com a substituição do antigo retábulo com altar incorporado pelo retábulo actual, sem altar, houve a necessidade da construção de um altar de raíz. Esse altar em pedra lavrada , talvez fosse a peça em cantaria mais trabalhada no templo devido ás funções que cumpria, e ser uma peça do fim de carreira do canteiro, que com mais experiência e sabedoria se empenhou em acabar a sua obra. Com o consílio vaticano II a disposição dos altares foi alterada, e esta interessante peça foi destruída sem deixar registos.